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TEXTOS E PUBLICAÇÕES

1977

POÉTICAS VISUAIS

Walter Zanini e Júlio Plaza

Exposição no MAC-USP

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1981

MULTI=MULTI

Marco do Valle

Revista Arte em São Paulo

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1982

TRÊS PAULISTAS NO MAM-RJ

Frederico Morais

Exposição no MAM-RJ
 

1983

IMAGINAR O PRESENTE

Ronaldo Britto

Exposição no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

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1984

REVER UM ATO DE CONTEMPORANEIDADE

Maria Cecília França Lourenço

Projeto Releitura na Pinacoteca do Estado de São Paulo

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MARCO DO VALLE REVISITA A ARTE E PENSA O PRESENTE

Sheila Leirner

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PESADELOS DA RAZÃO

Alberto Tassinari

Catálogo de exposição no Gabinete de Arte Raquel Arnaud Babenco

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1985

DEPOIMENTO

Marco do Valle

Arte novos meios/multimeios – Brasil 70/80

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1986

A NOVA DIMENSÃO DO OBJETO

Aracy Amaral

Exposição no MAC-USP

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1987

TALISMÃ

Marilena Chauí

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1989

TOPOGRAFIA ARTIFICIAL

Paulo Venâncio Filho

Catálogo Artistas Brasileiros na 20ª Bienal Internacional de São Paulo

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1990

TROPICAL BAZAAR

Edward Leffingwell

Revista Art in America

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1991

PROCESSOS DE APAGAMENTO EM ESCULTURA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

Marco do Valle

Dissertação de Mestrado defendida no Departamento de Comunicação da ECA-USP

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1992

MELANCOLIAS

Abílio Guerra

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1993

PROJETO PARA PALMANOVA

Grupo de Veneza

Bienal de Arquitetura de Veneza

Revista óculum

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1994

MELANCOLIA 3

Jorge Coli

Exposição no MASP

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A CIDADE E SEUS FLUXOS

Nelson Brissac Peixoto

Portal do Projeto Arte/Cidade 2

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1997

ARTE TECNOLOGIA

Daniela Bousso

Catálogo da exposição Precursor e Pioneiros Contemporâneos, curadoria de Daniela Bousso, Paço das Artes

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DO PALEOCIBERNÉTICO AO BIOTECNOLÓGICO

Ivana Bentes

Catálogo da exposição Precursor e Pioneiros Contemporâneos, curadoria de Daniela Bousso, Paço das Artes

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ARTE BRASILEIRA: 50 ANOS DE HISTÓRIA NO ACERVO MAC-USP

Lisbeth Rebollo Gonçalves

Exposição no MAC-USP

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2006

MARCO DO VALLE - HAARP RADIO

Daniela Labra

Exposição no Centro Universitário Maria Antônia - USP

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2011

40 ANOS DO INSTITUTO DE ARTES

Marco do Valle

Jornal ô Xavante

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2015

CONVERSAS COM O ACERVO DO MAV - MARCO DO VALLE

Sylvia Furegatti

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2018

MARCO DO VALLE. ARTE XEROX. IMPRESSÕES-EXPRESSÕES.

Sylvia Furegatti e Julyana Matheus Troya

Projeto Estante de Livros e Cadernos de Artista do Instituto de Artes da Unicamp

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SÓLIDAS MELANCOLIAS - MARCO DO VALLE

Julyana Matheus Troya

Exposição na Galeria de Arte da Unicamp

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2019

SERIAÇÕES NA OBRA DE MARCO DO VALLE

Sylvia Furegatti

Exposição na Casa de Vidro de Campinas

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1984

PESADELOS DA RAZÃO

Alberto Tassinari

Catálogo de exposição no Gabinete de Arte Raquel Arnaud Babenco

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PESADELOS DA RAZÃO

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Os objetos de Marco do Valle dão a impressão que funcionariam, mas não se sabe bem como e onde. Negam a função familiar e original de suas partes, mas guardam trechos de um pensamento construtivo e operativo. Funcionariam. Mas onde e como? São situações similares às do pesadelo, onde os opostos se tornam intercambiáveis: o repouso em movimento, o continuem descontínuo, o líquido em sólido, o continente em conteúdo. Tomados em conjunto - e é difícil considerá-los separadamente - todos estes objetos seriam como que fragmentos de um mundo e de uma física da ordem do sonho, contrária à disposição e à percepção familiar dos corpos.

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Mas não apenas isto, pois estes trabalhos não buscam nenhuma verdade surreal. A verdade é uma questão que abordam apenas lateralmente. Não há, na maioria deles, nada de estético de adequado as fulgurações de um mundo que surgiria em meio às aparências da vigília ou do sonho. Seus trabalhos são antes uma paródia, mais melancólica do que irônica, do mundo dos utensílios e do seu instrumentos, e sobretudo do pensamento operativo da ciência - praticamente eficaz, mas teoricamente restrito a seus “dogmas” - quando debruçado sobre a matéria e seus enigmas. Pois o que faz a física aliada, a matemática, se não pensar o movimento com uma coleção de momentos, o tempo sob a ótica do instante e continua a partir do descontínuo? Mais do que a verdade oculta nos sonhos esses objetos ilustram os pesadelos próprios da razão. Sua agilidade em percorrer todo o mundo sensível, mas, como a flecha de Zenão sem sair de seu lugar.

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Há um mal cosmológico nos dias de hoje. Não é mais na astronomia, mas na astrologia, que se buscam os segredos do universo. E seria um triste fim para a ciência se dar conta, afinal, que quanto mais ela cobre distâncias - que quanto mais ela funciona sobre situações que para si mesma fábrica (Merleau-Ponty) - Mas ela desconhece o chão onde pisa. Que se pense no conhecimento da matéria. Quanto mais a decompõem, mais os físicos se dão conta - é opinião de Heisenberg p.ex. -  Que no fim das contas apenas encontrarão o que já tinham posto desde o início: uma ideia, uma forma, enfim, uma equação.

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Mas seria injusto avaliar estes trabalhos como engrossando a corrente dos misticismos de massa contemporâneos. A paródia melancólica que encenam - Mistura de procedimentos rigorosos com resultados grotescos - guarda assim mesmo um sentimento de descoberta. Penso aqui sobretudo no trabalho composto de duas pequenas bacias contendo chumbo e cujo nome dá título à exposição. Aí estão postas algumas das questões da história da escultura (a apreensão do movimento, etc.) mas também estão figurados certos problemas da apreensão do mundo físico pelo pensamento (o tempo como soma de instantes, o movimento como sucessão de momentos, etc.). As aporias da arte , afinal, não seriam assim tão distintas das da ciência. Revelariam 2 das faces do mundo, desse único mundo, que nos incita, ininterruptamente, a desvendá-lo em seus mistérios.


Alberto Tassinari
1984

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